domingo, 3 de maio de 2009

Zona Norte do Rio terá pólo de Call Center

Nesta última quinta-feira, 30/04, aconteceu uma audiência pública na câmara de vereadores da capital carioca. Em debate estava o projeto de lei encaminhado à casa pelo prefeito Eduardo Paes propondo a criação de um pólo de call center. Para apoiar o projeto e participar da discussão, as empresas de teleatendimento enviaram caravanas e as galerias do plenário do Palácio Pedro Ernesto ficaram lotadas.

O projeto (disponível para donwload aqui) prevê que por até cinco anos sejam concecidos incentivos fiscais às empresas do ramo. Para centrais de atendimento instaladas no pólo haverá isenção total de ITBI, IPTU, ISS. Se as empresas incrementarem suas atividades em outras áreas da cidade, a isenção será parcial. O texto do decreto, visando evitar uma bolha de empregos temporários, determina que todos os impostos sejam cobrados com os devidos encargos caso as empresas não permaneçam em plena atividade por mais três anos após o fim dos incentivos.

O local escolhido e denominado AP-3 (Área de Planejamento 3) fica na Penha, bairro da Zona Norte do Rio. A área, próxima a Avenida Brasil é de fácil acesso para quem vem de Campo Grande, Bangú e adjacências, locais que concentram a maioria dos trabalhadores de telesserviços. Para combater o abandono da região, o projeto prevê a revitalização urbanística, aumento do policiamento efetivo e instalação de cursos de capacitação profissional vinculados direta e indiretamente a atividade de telemarketing, que serão coordenados pelo instituto pereira passos.

Empregos para o Rio

O call center é um dos maiores empregadores do país e a atividade que mais dá oportunidade aos jovens sem experiência. Somente a Atento e Contax, as maiores empresas do ramo, empregam juntas mais de 150 mil brasileiros, sendo a primeira, a maior empregadora privada do país. Apesar da crise mundial, a atividade continua em franca expansão no país, principalmente após a lei de regulamentação dos SACs. O ritmo de expansão do setor é maior que o restante da economia, crescendo 10% ao ano.

Apesar do piso salarial de telemarketing ser baixo (geralmente próximo a 1 salário mínimo) a carga horária reduzida (seis horas diárias) garante ao jovem um tempo maior de dedicação a continuidade de seus estudos.

Nos últimos anos, devido a falta de incentivo várias centrais de atendimento deixaram o Rio de migrando para outros estados, onde encontraram benefícios para se instalar. São Paulo foi um grande exemplo. Em 2006, a região próxima a Estação da Luz, conhecido ponto de venda e consumo de drogas, a famosa cracolância, foi revitalizada, passou-se a chamar Nova Luz e a prefeitura concedeu incentivos para as empresas de telemarketing que se instalassem naquela localidade.

Na foto, com crédito da Secretaria de Imprensa do Planalto, feita por Ricardo Stuckert, Lula e o CEO Aguinaldo Cabulcci  visitando uma das centrais da Atento que acabara de ser inaugurada na ocasião. A conta: 6 mil empregos celetistas somente nessa central de São Paulo. É disso que o Rio precisa!


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5 comentários:

Marton Olympio disse...

cara, temos que separar o que é político e o que não é deste movimento.,
só isso.

http://martonolympio.blogspot.com/
:)

ED CAVALCANTE disse...

Política de inclusão, sei que tem um toque populista nesses atos, mas o povo acaba se beneficiando!

P. Florindo disse...

Trabalhar em telemarketing ninguém merece e acho até nocivo para os jovens que começam nisso. Gera muito estresse e o salário é ridículo.

O governo deveria investir em empregos onde os jovens não se sintam um pára-raios de pessoas estressadas.

Li que alguns serviços vão realizar cobranças de IPTU. Deveriam criar um para cobrar desses políticos que só sabem extorquir os trabalhadores com seus impostos altíssimos.

Daniel Silva disse...

trabalho a 7 anos com telemarketing e foi graças a isso que estou finalizando minha faculdade, viajei por vários lugares. achar que esse tipo de emprego não poderia existir é achar que não estamos no Brasil.

Fernando Soares Campos disse...

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Prezado Daniel, acessei este blog a partir da comunidade “Jornalismo Político”, com o propósito de lhe indicar o texto abaixo:

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LEITURAS DA FOLHA

Novinha em folha, mas as nuances continuam as mesmas



"Preocupação com as nuances, os matizes de argumentos e fatos, fazendo relatos com fidelidade, sem tentar enquadrá-los em categorias preconcebidas." Este é o subitem "d", do item 3, das novas "Diretrizes para Mudança Editorial" do jornal Folha de S.Paulo.

Logo após a leitura da nota no OI, acessei a Folha Online a fim de conferir se as mudanças já se teriam concretizado; queria saber se a Folha "agora" se preocupava em fazer relatos com fidelidade, "sem tentar enquadrá-los em categorias preconcebidas".
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Leia o texto completo e, se possível, comente no Observatório da Imprensa:


http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=536IMQ005


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