Na semana passada o Brasil assistiu duas mães defenderem seus filhos de maneira, digamos no mínimo, antagônica. As duas situações aconteceram no sul do país mas são motivos de reflexão de leste a oeste.
Em Viamão (RS), uma mãe causou tanta polêmica quanto a professora de seu filho. O motivo: Ele pichou a sala de aula e a professora lhe obrigou a pintar toda a parede. O caso tomou repercussão nacional pois foi filmado pelos alunos que assistiam a aplicação da “medida disciplinar”. Muitas pessoas manifestaram-se a favor da atitude da professora, já a mãe do estudante então veio a público, alegando que não havia sido correto obrigar seu filhote pichador a fazer o serviço “sujo”.
O segundo vídeo é bem mais sério. Uma mãe de Londrina (PR), ficou sabendo pelos vizinhos que seu filho havia sido preso por roubo. Envergonhada com a situação que o seu filho a colocara, ela foi a delegacia e desceu o sarrafo no menor. A empregada doméstica ficou furiosa, e aos gritos disse que o jovem precisava roubar, porque ela trabalhava duro para dar-lhe as coisas, como o tênis que ele calçava e que ela ainda nem tinha acabado de pagar.
Vejam os dois vídeos seguidamente. É bastante interessante.
Acredito que jornalismo em blog deve ser opinativo. E nesse ínterim, deixo clara minha opinião desde o início desse post. Vejo bem de perto como é a vida dos professores. Por um salário muito aquém de sua importância para a sociedade, eles são obrigados a tentar dar um pouco de educação para pré-marginais. Não é raro, principalmente nas escolas públicas e de periferia, haver alunos coagindo os professores, as vezes até agredindo.
Muita gente questionou a atitude dessa professora, principalmente por ela ter chamado o moleque de bobo da corte. Mas, era essa a alusão que cabia. Um bobo da corte servindo aos demais, achando que pichando seria melhor ou mais forte do que é.
Vindo à imprensa protestar contra a mestra, mesmo que medindo as palavras e dizendo que o filho errou, provavelmente está dando elementos para que ele imaginasse que estava sendo defendido. É claro que o adolescente deve estar abalado, pois provavelmente virou chacota por todo canto em sua pequena cidade. Mas essa mãe deve ter muito cuidado, e zelar para que ele tenha aprendido a lição. Seguramente ela deveria ter sido a primeira pessoa a aplaudir a professora. É duro vermos a nossa cria exposta ao ridículo, embora pior ainda é ver que ele se desviou para o caminho que não devia.
Já a segunda mãe, merece aplauso e solidariedade. Educar um filho, por si só, já é tarefa das mais difíceis. Transmitir valores, ensinar, orientar e dar sustento, não são verbos que se conjugam de forma simples na vida de um brasileiro. No geral, ainda é preciso trabalhar pesado. Sem tempo para assistir os filhos adequadamente.
Mesmo quando a criação é boa ainda assim corre-se o risco de ver os nossos herdeiros seduzidos por alguma leviandade da sociedade. Foi o que aconteceu com a tal mãe. No meio de sua luta diária, ainda teve que ir buscar o filho na delegacia e mostrou para o Brasil o tamanho de sua dignidade ao por para fora toda a sua revolta por ver seu filho querido naquela situação. Ela que ainda trabalha para pagar o tênis usado pelo garoto no dia do assalto, não conteve seu instinto de mãe e quis mostrar o que era certo ali mesmo na delegacia.
E você, acha que qual mãe está certa? Deixe sua opinião e aumente o debate!