sábado, 15 de janeiro de 2011

Tristeza no Rio

O ano começa com mais uma calamidade. Uma tragédia onde cada imagem comove, entristece e perplexifica.

Haveria como se colocar no lugar dessas pessoas? Alguém consegue se imaginar perdendo 14 pessoas queridas da sua família direta? Seríamos capazes de sentir o que as familias que viram suas casas sumir em meio a lama estão sentindo?

Até o momento desse post são 600 mortos, podendo esse número dobrar... A região Serrana do Rio foi devastada por uma mistura de fenômeno da natureza com conseqüência da ação imprudente do homem.

Até quando continuaremos vendo esses acontecimentos?

De que adianta a visita de uma presidenta ao local se não há em nossa nação uma política firme de defesa civil? De que adianta uma economia ascendente se não temos cuidados básicos com a manutenção da vida?

Não venho aqui narrar os acontecimentos, não quero evocar os personagens dessa tragédia. Pelo adiantado dos fatos, isso já não é mais preciso. Basta acessar qualquer página de notícias que eles estão lá, com cada história mais triste que a outra. É de passar a tarde chorando, rever e chorar de novo...

O que gostaria é fazer um apelo a sociedade e aos líderes dessa nação.

Precisamos parar de acreditar que somos imortais, que nada nos atinge. Que o jeitinho brasileiro é permissível à tudo... Não dá para continuarmos construindo casas na beira de rios, nas encostas de morros, em vales cercados de montanhas e acharmos que a natureza ofendida nunca pedirá seu espaço de volta. As calamidades que ocorrem ano após ano estão aí para nos mostrar que enquanto não mudarmos de postura continuaremos a ver muito dos nossos morrendo pela nossa própria imprudência.

Sim, foi um fenômeno natural raríssimo, que atingiu até quem estava com sua ocupação regular. Mas muitas daquelas casas foram levantadas onde jamais deveriam ter sido. Muito dessa tragédia poderia ter sido evitado!

E aos governantes, mais responsabilidade! A conta dessas mortes, vocês dividem com a natureza. Vivemos em um país abençoado por Deus. Não temos nevasca, não temos tornados, terremotos, nosso único problema é a nossa própria geografia e a chuva. Por isso, ser responsável e zelar pela sua sociedade torna-se ainda mais fácil que em outros lugares do mundo.

Entretanto essa ausência de urgências climáticas nos faz cada vez mais imprudentes. Não temos fiscalização assertiva, cada um constrói onde quer. Depois nossos caríssimos políticos ainda vão lá fazer uma obrinha assistencialista, maquiar as mazelas em troca de votos. Isso, quando o certo seria retirar essas casas de locais indevidos enquanto ainda há vida para se viver.

Temos dinheiro para obras faraônicas e desnecessárias. Podemos suportar uma olimpíada e uma copa do mundo, mas não temos sistemas de alertas eficazes contra acidentes naturais.

É muito triste ver isso tudo acontecendo. A intenção desse post não é achar culpados. Com certeza as pessoas não gostariam de passar por tudo que estão passando. Lastimo profundamente por isso tudo. Mas, com alguns cuidados, poderíamos ter salvas muitas dessas vidas que se foram... Falta em nosso país, Educação e Responsabilidade.