
A partir de hoje chegamos na reta final. Faltam apenas 15 dias para as eleições. Dia 3 de outubro está bem aí, e independente da sua orientação política (ou ausência dela) está nas mãos de cada um de nós o futuro do nosso país.
Não acredito em retrocesso. O país está caminhando para frente, num ritmo fraco, mas com instituições mais maduras e sociedade mais organizada. As empresas hoje possuem um nível de profissionalismo que dificilmente um governo, com os candidatos que lideram a pesquisa, conseguirá prejudicar.
O que está em jogo mesmo é a velocidade que queremos para o nosso progresso. O país, mesmo crescendo, sofre com problemas crônicos, que precisam ser olhados com atenção, caso queiramos realmente ter sucesso e ver nosso povo melhor e mais forte.
Acho que a saúde, educação, segurança e infraestrutura são nossas maiores fragilidades.
Faltam médicos, equipamentos, os hospitais estão completamente abandonados. Alguns até fedem! É triste ir visitar um parente que esteja num hospital público. Pior, praticamente não existe políticas de saúde preventiva.
Na educação, o abandono das escolas, e principalmente os salários incrivelmente baixos dos professores impossibilitam um crescimento cultural de nossa população. Aqui no Rio, meu amigo é professor do Estado. Salário: R$ 623,00. Ou seja, se ele trabalhasse em telemarketing, ganharia o mesmo ou mais!!!
Há um tempo li sobre a revolução pela educação que a Coréia do Sul realizou. Não tenho dúvidas: Este é o único caminho. Mesmo quando o governo se esforça para melhorar a situação da nossa sociedade, temos cidadãos capazes de jogar papel no chão, entupir os bueiros, jogar lixo e até móveis e objetos em rios, além de ocupar encostas... No final, nós mesmos contribuímos para enchentes que resultam em centenas de mortes.
A longo prazo, a saúde e a educação nos garantirão mais segurança. E nesse ínterim, a falta de segurança deve ser encarada de maneira séria e responsável. Há no Rio um bom e mau exemplo. As UPPs são o bom. O morros que antes eram um risco para a sociedade são ocupados e retomam a paz dos moradores. Esse é o caminho. O morro é composto de 99% de cidadãos honestos, pessoas de boa índole que merecem ter paz. Entretanto, não vejo atuação em outras áreas da minha cidade onde a violência é extrema, como na favela da maré, que se compõe de morro. E o restante da polícia? Corrupta, assustadora e violenta.
Em infraestrutura estamos aquém até mesmo de países sulamericanos. Salvador tem um trânsito caótico e nenhum metro. No Rio, temos duas linhas de metro que na verdade é apenas uma, já que o seu traçado é uma grande lagarta. É lotação certa. E ainda vão aumentar mais a lagarta. É uma pena quando vemos que cidades como Buenos Aires tem um projeto de metro, embora velho, muito mais organizado e funcional que o nosso.
Fora o fato de estarmos sempre nas mãos das empresas rodoviárias. Efetivamente não temos um metro de qualidade, principalmente no Rio, simplesmente pelo lobby que as empresas de ônibus fazem ao despejar "ônibus de dinheiro" nas campanhas e nos bolsos dos candidatos.
Será difícil termos uma acessibilidade como na Europa, onde se anda por tudo, de metro.
O assunto é longo, para alguns muito chato, mas é ele que decide o nosso futuro. Falta pouco para uma grande eleição. Serão 6 votos que teremos que dar. São os nosso votos. Devemos fazer um esforço para que eles sejam conferidos com o mínimo de consciência.
Temos que eleger um presidente, um governador,
2 senadores, um deputado federal e um deputado estadual ou distrital (no caso de Brasília). É muita gente. Muita chance para o erro.
Geralmente temos uma clara noção de quem vamos votar para presidente e governador. É aí que mora o perigo. Muito dos nossos problemas vêm dessas outras figuras que votamos meio sem saber porque. Vêm dos Tiriricas e Euricos Mirandas que elegeremos sem nem saber o porquê. Ou só pela onda. Não proteste com seu voto. Tente usá-lo de forma consciente, e se não acertar nessa eleição, continue tentando. Só assim podemos ter uma nação mais forte.